Pensando em morar em Montreal? Ou ainda, será que você anda pensando em se mudar de país? Para outra cidade do Canadá? Ou Europa? Austrália, quem sabe? Se sua resposta foi sim, acho que esse post pode ser útil pra você, meu amigo imigrante. Então, segue aqui comigo nesse papo reto.

Desde que chegamos aqui em Montreal tenho visto uma série de pessoas dizendo que os criadores de conteúdo que estão por aqui só mostram o lado bonito da força. E para ser bem sincera, eu não vejo o menor problema nisso. Afinal, cada um consome aquilo que melhor lhe convém.

Além disso, partindo do princípio de que todos somos adultos, se nos iludimos com aquilo que consumimos, precisamos assumir nossa parcela de “culpa” nesse processo também.

Porém, contudo, entretanto, todavia (rs) concordo que algumas coisas não são muito explícitas e acho que você precisa estar um tanto preparado para alguns enfrentamentos que você terá por aqui (seja neste país ou em qualquer outro). Mas se você decidiu imigrar ou morar fora do Brasil por um tempo que seja, inevitavelmente você vai passar por pelo menos um desses pontos.

Lembre-se do Seguro Viagem!

Antes de mais nada, saiba que viajar sem Seguro Viagem é a maior furada! Nós temos uma amiga que teve uma crise renal em Atlanta nos USA e se não fosse pelo Seguro ela teria arcado com uma conta de USD 25.000. Já pensou!?

E não é caro, gente! Tem seguro por valores irrisórios, menos de R$ 80,00 para uma viagem de 10 dias. Clique AQUI para obter sua cotação com DESCONTO. Ou clique no link abaixo ⤵️

Além disso, ao utilizar nosso código CASALWANDERLUST5 você ainda ganha 5% de desconto na hora! Faça já sua cotação clicando aqui ou no link abaixo:

Morar em Montreal – Principais Desafios do Imigrante

Vou listar abaixo os pontos que foram mais desafiadores para nós. Lembrando que o nível de dificuldade e o que é considerado perrengue é bastante individual. Por isso, vale lembrar que a mesma situação tirada de letra por uma pessoa pode ser sentida como insuportável para tantas outras. E olha que de perrengue a gente entende bem, viu!? Nossa Senhora dos Mochileiros! Foram 3 anos cheios de aperto…rs. E ainda assim, aqui em Montreal teve um tanto de coisa que nos colocou à prova mais uma vez.

1. Dificuldade para achar um lugar definitivo para morar

Em primeiro lugar, saiba que aqui no Canadá existe uma vasta gama de empresas e pessoas físicas que prestam o famoso serviço de “housing” – para quem não sabe, ao contratar esse serviço você estará pagando alguém para ir atrás de uma casa, apartamento, quarto e/ou um cantinho para você chamar de lar. Os valores incluem busca e visita aos imóveis, é super prático e cômodo. Mas, assim como todos os demais serviços neste país, custa caro.

Entretanto minha gente, vamos lembrar novamente que o que é caro para alguns pode ser muito barato para outros. Mas para o nosso caso específico, desembolsar 900 dólares nessa etapa estava fora de cogitação. Comecemos daí…

Por isso nós decidimos alugar um Airbnb por 45 dias e procurar apartamentos quando chegássemos aqui. Achamos um Airbnb por $ 1.200 por mês – um valor óoootimo, especialmente porque ficava do ladinho do metrô Verdun. Então, como tínhamos um prazo para encontrar um lar definitivo, nós passávamos boa parte dos nossos dias procurando opções nestas plataformas.

Onde procuramos:

1. Marketplace do Facebook
2. Kijiji
3. duProprio
4. RentFaster

E foi justamente nessa etapa que começamos a perceber os primeiros problemas… TODOS os apartamentos que nós gostávamos recebiam 50 outras aplicações além da nossa. E pelo menos 30 pessoas apresentavam melhores condições que nós tínhamos a oferecer…fué, fué, fué, fuéeeee…rs.

A maioria das empresas, e também pessoas físicas, pediam coisas que nós não podíamos oferecer como indivíduos recém chegados no país:

1. Credit Score – que você só constrói com o tempo aqui no Canadá na medida em que você vai fazendo dívidas e pagando-as direitinho;
2. Contrato de trabalho full time – que jeito meu povo!? Tínhamos acabado de chegar, céus! rs
3. Um antigo locador que pudesse oferecer referências sobre nós – servia o de Guarulhos? Claro que não! hahaha.
4. E/ou um fiador – fiador minha gente!? Quem é que ia querer ser fiador de duas pessoas que acabaram de chegar? Tudo bem que a gente é SUPER legal, mas tudo tem limite nessa vida.

Ou seja, não conseguimos fechar contrato com nenhum dos apartamentos que aplicamos. Os que sobraram foram apartamentos bem mais caros – numa média de $ 1.700/mês para um apartamento de 1 quarto. Sendo que vimos que era possível pagar entre $ 1.000/1.200.

Como nós fizemos:

Mas como o universo gosta bastante da gente, Lázaro foi fazer uma visita em um imóvel todo mobiliado e a dona adorou ele (olha o marido salvando o rolê). Finalmente tivemos uma chance real de ter uma conversa franca com alguém. Propomos fazer um pagamento adiantado de 4 meses de aluguel (sim, uma facada de uma única vez – meu coração dói até hoje) mas só assim ela topou alugar pra gente. Ah! E nos demais casos nós sempre oferecíamos essa opção e MESMO assim fomos recusados em todos.

Tem gente que consegue um lugar barato logo de cara? Tem, claro que tem. Mas nós passamos todo esse stress. E Foi bem tenso. Embora soubéssemos que em algum momento a coisa fosse fluir, foram semanas de apreensão.

2. Morar em Montreal – Tudo é caro!

Sim, meu jovem imigrante camarada, pode preparar o bolso. Pois até você começar a ter uma renda em dólar e parar de converter, se prepare: tudo vai parecer bem caro.

Todavia, é claro que nas redes sociais você vai ver o povo nos outlets, nas redes famosas de supermercado (Costco, Walmart, etc.) fazendo a festa e dizendo que tudo é baratinho. Mas não é, pelo menos não para você que, nesse início, estará convertendo de uma moeda fraca para uma moeda forte. Durma com essa! Mas sabendo que em algum momento você começará a ganhar em dólares e a situação vai melhorar.

“Mulher! Tu tá querendo me desanimar?”. Não tô não, juro! Mas é que assim seu coração vai doer menos quando você tiver que pagar quase R$ 10,00 numa simples casquinha do McDonald’s ou R$ 40,00 num desodorante Dove.

3. A saudade aperta – em maior ou menor grau

E ela aperta assim, do nada, num domingo à noite após um almoço delícia com seus novos amigos, quando você pensa que está tudo bem, aí é que ela pode aparecer com força. A saudade é um bicho esquisito. Tanto que são poucos os idiomas que possuem uma única palavra para defini-la.

Sei que não existe termômetro para a dor psíquica, mas acredito que a saudade possa pegar mais pesado para aqueles que nunca saíram de perto da família. Conheço pessoas que a vinda para o Canadá foi tanto a primeira viagem internacional como o primeiro período de afastamento a longo prazo de suas pessoas mais queridas. Nós temos uma vida nômade há mais de 10 anos e mesmo assim sentimos bastante.

Tá ok. Mas e aí? O que eu faço? Movimente-se! Faça amigos no seu curso, no trabalho, nos grupos de Facebook, etc. E pelo amor da deusaaaa: nada de preconceito de não querer fazer amizade com brasileiro, hein!? Super entendo a questão de não querer ficar falando português para aprimorar o inglês ou o francês (por exemplo) mas saiba que é na comunidade brasileira que você encontrará apoio para muitas questões.

4. Você vai trabalhar em áreas que nunca imaginou

Existem pessoas que já saem do Brasil contratadas por empresas canadenses? Opa! Pessoas que chegam e já se recolocam em suas respectivas áreas? Siiiim! E tem aqueles que já logo de cara encontram trabalhos bacanas e que pagam super bem? Tem também!

Entretanto, via de regra, a maioria das pessoas que chegam aqui no Canadá conseguem entrar no mercado de trabalho através dos chamados “entry-level jobs“. Como exemplo eu poderia citar: caixa de supermercados/lojas, garçom/garçonete, faxineiro/faxineira, camareiro/camareira, ajudante geral, etc., a lista é imensa.

Além disso, uma outra diferença absurda daquilo que vemos e vivenciamos no Brasil é que por aqui não existe preconceito com nenhum tipo de trabalho. Afinal, trabalho é trabalho né meu povo? E também não existem abismos salariais. Ou seja, um porteiro tem condições de frequentar o mesmo restaurante que um médico cirurgião. Talvez não com a mesma frequência? Sim. Mas as diferenças salariais são muito menores. Por isso, mesmo quem ganha salário mínimo consegue ter uma vida digna – aqui no Quebec o salário mínimo é de $ 15,20 por hora.

Por isso que uma das coisas que você precisa ter em mente é que cada caminho é um caminho. E que cada jornada é única e fazer comparações não vai te fazer bem, muito pelo contrário. E lembre-se: todo mundo teve que começar de algum lugar em algum momento. Tá tudo certo!

5. Para morar em Montreal você precisa falar francês

Muita calma nessa hora minha gente! Eu sei. Essa é uma afirmação um tanto controversa pois você consegue muito bem se virar por aqui só com o bom e velho inglês – inclusive existem muitos colleges e universidades que oferecem cursos em inglês, os restaurantes tem cardápios em inglês, etc. Contudo, caso você queira morar por aqui, ou aplicar para um trabalho mais bacana ou mesmo para imigrar pela província do Quebec, “oui, mon ami“, você precisará falar francês.

Além disso, falar francês fará com que você se sinta mais pertencido à Montreal, mais integrado à cidade e sua cultura, te permitirá falar com mais pessoas nas ruas, entender a voz que fala no metrô (rs), sem contar que é uma língua “très chic!”. Eu super recomendo. Aliás, o governo te paga pra estudar francês. Você sabia disso?

6. Morar em Montreal é uma imersão no frio congelante

É sempre frio, tipo Alasca? Não, não é. Mas faz bastante frio e o inverno pode ser um problema para algumas pessoas. Por isso, tenha em mente que o inverno é bastante rigoroso aqui em Montreal. E que nos meses de dezembro, janeiro, ferevereiro e março neva bastante e mesmo as temperaturas máximas costuam ficar abaixo de zero.

Entretanto, nós estamos amando esse frio todo porque já pagamos nossa penitência de tempos quentes nessa vida. Lázaro é de Itaparica/BA, nós já moramos em Moçambique/África e em Porto Velho/Rondônia, e nesses dois lugares específicos a temperatura sempre beirava os 35/40 graus sufocantes. Além disso, nós passamos 3 anos de nossas vidas viajando por países mega quentes: Iraque, Irã, Tailândia, Índia, Egito e etc. Ou seja, já atingimos a nossa cota de calor nessa encarnação…rs.

Mas obviamente eu sei que para MUITAS pessoas o inverno é uma das principais barreiras à adaptação aqui no Canadá, especialmente em Montreal. Por isso, quero que você também saiba que existem milhares de coisas rolando nessa época do ano por aqui. Uma delas é o Montréal en Lumière, um festival gratuito e cheio de atrações bacanas.

Tá vendo? Dá pra ser feliz no gelo também. Mas é preciso estar preparado, vir com o coração aberto, investir em roupas adequadas e não ter medo nem preguiça de sair de casa mesmo quando sua vontade for de ficar quietinho assistindo Netflix

7. Você vai começar do zero, ou quase do zero

Já se perguntou se você está pronto para recomeçar partindo do zero ou quase do zero? Pois saiba que esse é um ponto a se considerar, pois a maioria das pessoas chega aqui com duas malas de 32 kg, uma mala de mão e uma mochila. Seulement ça!

Sabe aqueles 12 jogos de cama que você adora? As 150 lembrancinhas de viagens? Os 177 pares de sapatos? Talvez isso tudo tenha que ficar para trás – o que eu acho bem libertador, diga-se de passagem – mas sei que tem pessoas que são apegadas e que isso pode demandar um grande trabalho de luto. Sim, fazemos trabalho de luto pela separação de objetos queridos também. E como eu sei disso? Sou psicanalista 🙂

Por isso, assim como você deixará parte da família, trabalho e amigos queridos para trás, saiba que tem um tantão de coisas importantes que também correm o risco de ficar. Lembrando que começar do zero não é só em relação a objetos, mas todo o resto também: nova casa, novo idioma, nova cidade, país, amigos, trabalho e mais um montão de etcéteras.

8 – Saúde pública e dentistas

E por último, um assunto bastante polêmico cujo qual vou abordar mas não vou me aprofundar, pelo menos não nesse post: a saúde pública no Canadá.

Em primeiro lugar, é importante lembrar que cada província do Canadá tem um sistema diferente. Aqui no Quebec, por exemplo, estudantes internacionais não têm acesso ao sistema público de saúde. Nesse caso é necessário contratar um seguro internacional para cobrir quaisquer despesas hospitalares para que você não tenha que vender um rim (aliás, o seu ainda é bom? Verifique! #brinks) para pagar a dívida hospitalar em caso de uma emergência.

Dito isso, assim como a Índia, o sistema público de saúde canadense não tem meio termo, ou você ama ou você odeia. Nós já ouvimos relatos de pessoas que não tiveram nenhum problema mas também já ouvimos o contrário de muitas outras. Até onde percebi, pesquisei e ouvi, se você chegar morrendo em um hospital você será atendido imediatamente e será muito bem tratado. Mas caso chegue com qualquer coisa que não seja muito grave, pode se preparar para esperar pelo menos umas 12 horas para ser atendido.

E pensar que você reclamava do SUS, hein colega? Cê vê como é a vida…rs. A saúde por aqui não é preventiva. Sabe aquele cardiologista que você marcava só pra checar se tava tudo bem? Por aqui é tudo bem diferente…

Ainda não utilizamos o sistema público de saúde canadense. Mas caso você queira saber mais, deixo aqui esse link para um post bem completo.

E os dentistas?

Mermão! Se tu achava que a medicina era um problema… imagine quando descobrir que um simples tratamento de canal pode custar $ 3.000! Neeeem imagino quanto deve custar para colocar aqueles dentes extra brancos que tanto estão na moda atualmente….hahahaha.

Pois é! Como disse lá no início, serviços são valorizados neste país. E isso quer dizer que você está lascado e sem saída? Claro que não. Como residente permanente ou como cidadão canadense você terá acesso a diversos serviços gratuitos ou com uma grande parcela paga pelo governo. Mas como estudante internacional é importante pesquisar direitinho, contratar um seguro caso venha para o Quebec e fazer um SUPER check-up antes de sair do Brasil. Eu (Camila) fiz até coroa dentária preventiva pois não quis arriscar, já que meu rim não vale muito e vender o corpo também não seria uma opção nessa fase da vida.

É isso! Espero que esse post possa te ajudar a vir mais consciente daquilo que te espera. Mas desejo de TODO o meu coração que você seja surpreendido positivamente.

Aproveite e veja também:

• O que fazem em New York
• Principais atraçoes de Paris
• Como viajar barato pelo Egito
• Como sobreviver a uma viagem pela Índia
• O que fazer em Cape Town
• Atrações imperdível do Myanmar

Acompanhe nossa viagem de volta ao mundo através de nossa página no Facebook:

🌍 https://www.facebook.com/casalwanderlustoficial